Novembro de 2001, no restaurante do Hotel Equador em Cascais, propriedade do Sr. J. Pimenta, juntaram-se mais de uma centena daqueles abrantinos que trabalhavam fora de Abrantes. Estávamos na pré-campanha das Autárquicas de 2001. No caso, na Candidatura do PSD, onde era o nº 3 na lista à Câmara, encabeçada por Pedro Marques - o mesmo Pedro Marques que agora emparelha com o marido da responsável pela Concelhia do PS em Abrantes e outra jornalista, sob a batuta do anfitrião Jerónimo Jorge, no programa de duas horas a despejarem comentários menos isentos e tão facciosos, que vão ao requinte de omitirem o meu nome próprio, insistindo com opróbio notório no epíteto repetitivo e cínico, "do candidato do CDS".
O preço do jantar foi pago do meu bolso pessoal - nesses tempos a lei do financiamento dos partidos permitia essas generosidades - mas acabaria por força do generoso desconto no preço, proporcionado pelo Sr. J. Pimenta, por se considerar pago por ambos, tendo à minha conta ficado em 200 contos.
Porém, como a minha mulher organizara a decoração do mesmo, ( decoração sem cobrar alguma coisa, entenda-se) também tomou a iniciativa de juntar mais de uma centena de envelopes com uma saudação aos presentes e um bilhete a solicitar-lhes um "pedido para as suas terras quanto a sugestões de melhoramentos" e também a solicitar-lhes um contributo para a Campanha, já que o jantar com direito à actuação de alguns fadistas amigos do meu filho, a cantarem no intervalo dos discursos, sendo oferecido, mais libertava e apelava à generosidade dos comensais.
O pedido desse jantar partira de Pedro Marques e de Armando Fernandes, pois consideravam muito bom, que também o PSD pudesse ter "entrada" no Hotel Equador, onde já haviam estado antes, várias vezes Nelson de Carvalho e Jorge Lacão.
O peditório feito com a elegância que a minha mulher gosta de emprestar às coisas, fez a minha mulher e os meus três filhos andarem a distribuir os envelopes pelas mesas. No final, foram os quatro recolher com uma caixa muito bem enfeitada e com laço laranja - tipo mealheiro - os contributos dos convidados a esse jantar.
Total das oferendas: 496 contos. Com generosidade minha, imeditamente lhe juntei mais 4 contos para fixar na "conta certa dos 500 contos". A contagem coube a João Salvador e a Pedro Marques, ambos muito curiosos em saber qual o montante que estaria dentro daquele mealheiro. Era ver a azáfama gananciosa na abertura ( mais a rasgar) dos envelopes, no atirar para o lado dos pedidos e sugestões dos comensais n/ conterrâneos abrantinos, pois o que lhes interessava mesmo era o dinheiro. Pedro Marques no final juntou um grosso maço e enfiou no bolso esquerdo do interior do seu casaco.
Até hoje, estou para saber onde é que esses 500 foram aplicados em concreto. Nunca me foi passado recibo dos mesmos, nem mostrado a folha de caixa onde os mesmos foram contabilizados como receita da campanha.
Os anos passaram e no dia 11, quando seguia no carro e após ter parado para responder à Antena Livre, estava algures a subir à Pucariça, com a minha mulher, sentada ao meu lado e o meu filho atrás, foi ela meio incrédula que perguntou, se aquele comentador Pedro Marques, que desdenhava do candidato do CDS, era o mesmo de 2001. Horas depois de lá na aldeia, a dona do café ao vê-la entrar lhe ter lançado a pergunta provocatória e indigna, se ela já vinha para colher o seu pelouro à Câmara, só faltava mais esta afronta para mostrar como Abrantes é mesmo uma boa terra para viver...
Convenhamos, que Abrantes está a precisar de encontrar outro rumo... e outra gente!
Falta acrescentar, que em 2004, aos microfones da Rádio Tágide, Pedro Marques haveria de dar os agradecimentos à minha mulher da forma canalha, que só tipos sem vergonha conseguem fazer, dizendo a propósito de uma crítica ao PSD local, que o Sr. Pico tinha era dor de c...
E é nestas mãos e nestas cabeças que entregaram a gestão da saúde pública...