Companheiro Paulo Portas, todas as lideranças têm um fim.

ALDEIA de MATO e SOUTO com a sua "UNIÃO" tem o caminho aberto para serem a MAIOR e MAIS PROMISSORA FREGUESIA do CONCELHO de ABRANTES. Basta saber livrar-se uns "certos jumentos" da canga autárquica...

terça-feira, 28 de abril de 2015

5.205 - Houve um "MAIO de 1968" no Souto, por obra e graça de Jota Pimenta e do Padre João Rosa

Para aqueles a quem lhes convém associar o sucesso de Jota Pimenta aos favores do Estado Novo  - e que muito convenientemente, não perdem um pretexto para o ligarem ao antigo regime - ignoram um aspecto paradoxal, que passa por assinalar a sua primeira grande iniciativa como benemérito da terra. Essa grande iniciativa surgiu, - por ironia do destino, precisamente, em Maio de 1968, ( três meses antes da queda de Salazar, do cadeirão no terraço do Forte de S. João do Estoril - ao disponibilizar-se para encher os seus pavilhões na Reboleira-Amadora, com mais de duas centenas de soutenses, para o Grande Encontro de Paroquianos do Souto espalhados pela Grande Lisboa, a pedido do Padre João Rosa. Com esse Encontro, João Pimenta marcou toda a vida da freguesia para os anos seguintes, como nunca houve memória de um feito daquela natureza.
 
Nasceu dali a Telescola do Souto  - com os primeiros 17 jovens alunos a entrarem para as aulas em Outubro desse mesmo ano. E. também as obras na Casa Paroquial, o novo traçado da estrada entre Carvalhal e Souto, e a construção da sede da Junta de Freguesia, entre outras iniciativas de apego à entreajuda na freguesia do Souto, ao tempo com Carvalhal e Fontes agregadas. Acima de tudo, com João Pimenta a colaborar com as obras da sua terra nasceu todo um espírito de assinalável bairrismo entre as gentes do Souto - o futuro da terra ganhava outra dimensão e outro carinho, como a realidade viria mostrar nos anos seguintes.

Jota Pimenta, - aqui o Jota em vez de João não deixa de ser uma denominação respeitosa, pois o próprio gostava de ser assim chamado e referenciado entre os seus amigos, como Jota Pimenta, - como o maior empresário nascido no Souto, ao assumir com empenho a sua faceta de benemérito, acabou por criar uma nova cultura bairrista e de amizade à terra. E isso foi um estímulo para todos os seus conterrâneos, pois alguém com a importância do grande empresário, - que era grande no mundo dos negócios, efectivamente - não deixava de ter sempre uma palavra a dizer sobre todas as actividades e iniciativas levadas a cabo no Souto e ao fazê-lo, mais certezas nos dava de que todos estávamos a fazer história na nossa terra. E acima de tudo conferia aos gestos de amizade e de colaboração com a terra, um grau de verdadeira nobreza cívica, o que era motivante para o espírito de grupo, que se queria construir entre os muitos que ainda permaneciam todo o ano na terra e os outros numerosos soutenses que viviam fora da terra, e que agora, ao lado de Jota Pimenta, viam um motivo reforçado para não mais a esquecerem. 

Eu sou testemunha disso, pelas várias vezes que acompanhei outros conterrâneos, em nome da Sociedade Recreativa e da Comissão de Festas em Honra de Nª Srª do Tôjo, no Souto, nas entrevistas que marcávamos previamente, para um encontro no escritório e sede da empresa J. Pimenta, SARL, em Queluz.
Num movimentado ritmo de pessoas a entrar e a sair do seu gabinete, situação que nós presenciávamos na sala de espera, o conterrâneo Jota Pimenta tinha sempre um tempo para dedicar aos seus outros conterrâneos e amigos. Um donativo para a festa, uma máquina para terraplanar o campo de jogos da Sociedade Recreativa, - que muito justamente tem o seu nome associado, desde 1973 -  as balizas metálicas a substituírem os toros de pinheiro iniciais, um equipamento suplementar para as equipas visitantes, quando estas não dispunham de equipamento próprio, os mosaicos e outros materiais para a construção da sede da Sociedade Recreativa, em todas essas pequenas e grandes obras, lá estava a mão e a palavra amiga do benemérito João Pimenta.
 
Entre as principais iniciativas que saíram reforçadas com o Encontro da Reboleira, e que se vieram a realizar nos meses seguintes, com empenho e determinação tanto pelo benemérito Jota Pimenta como pelas centenas de paroquianos que saíram daquele Encontro bastante motivados, - nunca será de mais assinalar tal facto - tivemos a fundação da Associação de Amigos e Benfeitores da Freguesia do Souto, a fundação da Sociedade Recreativa do Souto e a aquisição do terreno e elaboração do projecto pela empresa J. Pimenta, com vista à construção da nova sede da Casa do Povo do Souto, obra que o 25 de Abril irá interromper inapelavelmente.
 
Juntar no final de Maio de 1968, na Reboleira  - ainda com o reflexo do calor da revolução  estudantil, nas ruas e universidades de Paris - não podia deixar de ser um feito assinalável.  Com efeito, mais de duas centenas de soutenses, não deixaram de expressar as suas ideias, livremente, nomeadamente quanto ao abandono de que se sentiam vítimas pela indiferença da administração pública local e nacional, quando as terras ficaram submersas - especialmente as terras ribeirinhas numa extensão de mais de 60 km, na margem esquerda da Albufeira do Castelo de Bode - a margem do concelho de Abrantes com as terras submersas, desde 1951.
 
Factos que desmentem qualquer submissão ou manipulação dos paroquianos a interesses políticos do regime do Estado Novo. De resto, tanto quanto me foi dado aperceber ao longo das décadas seguintes, João Pimenta seria o primeiro a recusar tal enquadramento ou a prestar-se a essa subordinação. Logo ele, que era um criativo com imaginação livre e desprendida de preconceitos e tutelas políticas.
Até nesse aspecto, Jota Pimenta foi um líder inovador, isento e inteiramente focado nos legítimos anseios dos seus conterrâneos. Precisamente, o inverso do caciquismo que se viria a revelar pernicioso no concelho e no país, no pós 25 de Abril.
 
Um 25 de Abril, que alguns oportunistas - muitos deles, entre os que o rodeavam na própria empresa - não deixaram de lhe preparar a terrível e cruel armadilha, que acabou na intervenção criminosa do PREC gonçalvista.
Nessa altura, qualquer dificuldade de tesouraria tão fácil de acontecer no mundo dos negócios e das alterações revolucionarias suscitadas na vida das empresas era pretexto para comunicados das "comissões de trabalhadores" sempre a espreitarem todo e qualquer oportunidade para afastarem as administrações e os patrões e os substituírem, em nome de acções revolucionárias, com objectivos que nada tinham a ver com a vida das empresas.
 
Daí, surgir uma captura para ele - e, no fim de contas, para toda a freguesia do Souto, - que se viu privada do seu grande benemérito. Uma das perdas mais significativas terá a ver com os muitos projectos turísticos que Jota Pimenta vinha acalentando, para a zona do Castelo de Bode, mas que já não conseguiu implementar, como tantas vezes se lamentou para comigo, numas visitas que fizemos juntos. em redor das freguesias do Norte do concelho de Abrantes.

A História podia ter sido outra...
 
 
 
 
 

BLOGUE PICO do ZÊZERE ABT

INICIADO em 27.10.2007

Nos idos de 1970 torneios sem subsídios mas muito amor e suor...

Nos idos de 1970 torneios sem subsídios mas muito amor e suor...
Equipa de futebol do Souto, c/ João Pico a capitão da equipa ( 2º em cima à esqª.)

É esta a obra que Sócrates inaugurou e depois mandou "AFUNDAR"...

É esta a obra que Sócrates inaugurou e depois mandou "AFUNDAR"...
Paulo Portas e João Pico vendo o Parque Ribeirinho...

O Urbanizador foi mesmo a Câmara, acreditem!...

O Urbanizador foi mesmo a Câmara, acreditem!...
Alta tensão sobre Urbanização Municipal nas Arreciadas

Fados no Rossio ao do Sul do Tejo, ontem no Jantar dos Lyon`s de Abrantes

Fados no Rossio ao do Sul do Tejo, ontem no Jantar dos Lyon`s de Abrantes
Nuno Pico acompanhado à guitarra por Alfredo Gomes e na viola José Mário Moura

CIDAS, em 1975,a água de REGA no SOUTO - 10 anos antes da água dos SMAS! FUI um dos FUNDADORES!

CIDAS, em 1975,a água de REGA no SOUTO  - 10 anos antes da água dos SMAS! FUI um dos FUNDADORES!
E desafiei o então presidente, Engº José Bioucas a ir à albufeira do Castelo de Bode connosco buscar água para a freguesia e para ABRANTES. Só que o Engº riu-se... E só em 2001 é que lá foram à albufeira... Tive razão antes do tempo...

Nascido e baptizado no Souto, comigo não há dúvidas de que sou do Souto de Abrantes

Nascido e baptizado no Souto, comigo não há dúvidas de que sou do Souto de Abrantes
Retábulo da Matriz do Souto onde João Pico foi baptizado

Arquivo do blogue